Mais um Mamarracho na primeira linha !

30 de setembro de 2022

Anuncia-se nas redes sociais, com grande pompa e circunstância, a construção de um novo hotel em Faro, agora na Avenida da República, onde, nos n.ºs 146 a 163, funcionava a antiga Residencial Avenida.

Esta construção, da responsabilidade de um tal de "Grupo Mercan Properties", diz tratar-se de uma operação de "reabilitação urbana" e pretender "valorizar o centro histórico".

Na verdade, trata-se de um mamarracho de linhas modernas, com dez andares ou mais, que vai ocupar um espaço na primeira linha da cidade, onde antes se situava um edifício de apenas dois pisos.

Parece sim que, em vez de "reabilitação urbana", trata-se de "elevação urbana".

A obra, que inicialmente foi promovida por uma sociedade ligada ao Hotel Faro, foi já motivo de demonstração de indignação por parte dos residentes do Bairro Ribeirinho, mais uma vez vítimas da ausência de uma política de gestão responsável do território da cidade de Faro.

Neste caso em particular, a edificação de um prédio de grandes dimensões irá alterar, e muito significativamente, a Área de Reabilitação Urbana da cidade de Faro, localizada no Núcleo Histórico Bairro Ribeirinho, nomeadamente a sua morfologia urbana e a sua qualidade ambiental, sendo esse um dos pressupostos para a dinamização das Áreas de Reabilitação Urbana, como a do Bairro Ribeirinho.

A edificação de um prédio de grandes dimensões naquele local, semelhante aos que já existem, constitui mais uma violação ao plano de ordenamento do território da cidade de Faro, e estas construções já foram, no passado, objeto de grande altercação por parte da população residente de Faro, inclusive com a existência de inúmeros processos judiciais e administrativos.

Acresce que é hoje sobejamente conhecido que alguns desses edifícios de grandes dimensões, senão todos os que ali se encontram na Avenida da República, apresentam estruturas pesadas, com patologias de estabilidade e impermeabilidade dos solos, a que se junta a mais que certa existência de estruturas subjacentes com elevado valor arqueológico, bem como a eminente exposição a fatores meteorológicos adversos, nomeadamente cheias em período de preia-mar conjugadas com forte precipitação.

Não pode ser irrelevante para a autarquia que a obra em causa, a vingar, prive os residentes do Bairro Ribeirinho de horas de luz solar e da circulação de ar que é essencial à salubridade das habitações.

Não se pode deixar de considerar existir um paralelismo entre estes edifícios e o mal-afamado Prédio Coutinho, de Viana do Castelo, apelidado de "poluição visual", pretendendo-se assim prosseguir no erro, juntar o mau ao já mal feito e condenar estes munícipes à escuridão dos monstros de betão.

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